sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Assim, Vamos ao Jogo!

O campo ideal para o críquete é oval ou um campo de cerca de 150 metros de comprimento por 140 metros de largura. Próximo do centro do campo está o pitch (campo de jogo), de 20 metros de comprimento e 3 metros de largura. Nos jogos de primeira classe, o pitch é de grama, sendo cortada e bem cuidada. Em outras partidas, pode ser de concreto ou de chão batido, coberto com uma esteira de fibra. Em cada extremo do pitch estão as balizas, feitas de três estacas eretas de madeira, com 71 centímetros de altura e espacejadas de um lado das balizas para o outro num total de 23 centímetros. Assim, a bola não pode passar entre as estacas. Dois pequenos travessões, ou pedaços modelados de madeira, são encaixados no todo, uma ponta tocando a outra ponta, ligando assim as três estacas.

Linhas de cal, chamadas creases, são marcadas de um lado ao outro do pitch, a 1,20 metro à frente de cada conjunto de balizas e sendo paralelas a elas. As linhas marcam as áreas de segurança para os rebatedores, quando a bola está em jogo. O arremessador não deve ultrapassar esta linha quando lança a bola; de outra forma isso é chamado de no ball (uma bola incorretamente arremessada) e o rebatedor ganha um ponto.

Pelo sistema de cara ou coroa, os capitães dos times adversários decidem que time rebaterá primeiro. Quem ganha pode decidir se quer que seu time rebata primeiro ou se deixará que o time adversário rebata, se julgar que existe algumas vantagens para seu time, por causa das condições do tempo, do campo ou de outros aspectos.

Dois rebatedores se dirigem às creases — um em cada extremo do pitch. Ambos usam perneiras e protetores para o corpo e luvas especiais de rebatedores e, nos anos recentes, a maioria dos rebatedores profissionais usam capacete. Todos os jogadores do time que não está rebatendo colocam-se em posições estratégicas no campo, a várias distâncias do rebatedor que está recebendo o arremesso. Suas posições são identificadas por termos bem pitorescos, tais como “the slips”, “silly mid-on”, “point”, “the covers”, “the gully”, “square leg” e “fine leg”. O bem protegido wicket-keeper (guarda-meta; catcher, na linguagem do beisebol) coloca-se atrás das balizas do rebatedor, visando pegar qualquer bola que passe pelo rebatedor, bem como tentando pegar a bola ou derrubar as balizas quando ele está fora de sua crease.

O capitão designa dois arremessadores para ficar a postos enquanto ele assim determinar. Cada um arremessa seis bolas consecutivas (oito na Austrália e na África do Sul), dos extremos alternados do pitch. Estes seis arremessos são chamados de “overs”. Existem, geralmente, vários arremessadores em cada time, e o capitão decide quando alternar os arremessadores, passando dos rápidos para os médio-rápidos, ou os mais lentos, ou spin (giro). A bola não deve ser arremessada ou lançada como se faz no beisebol, mas o arremessador, com um movimento do braço levantado, tem de manter o braço estendido, sem curvar o cotovelo, até completar o movimento e a bola ser arremessada. — Veja a página 2.

A bola de críquete, geralmente vermelha e de couro, pesa pouco mais de 150 gramas e é ligeiramente menor, mais dura e mais pesada do que a bola de beisebol. O giro que o arremessador imprime à bola, conseguido pelo uso da forte costura, influi em seu trajeto aéreo e determina sua direção depois de tocar no chão, pois, em contraste com o beisebol, a bola geralmente toca no chão uma vez antes de chegar ao rebatedor. Apenas ocasionalmente é que o arremessador fará um arremesso sem que a bola toque no chão, ou full pitch, um que o rebatedor possa atingir antes de ela tocar no solo. É mais difícil jogar contra um astuto arremessador, que faz girar a bola, do que contra um arremessador rápido. Ele faz girar a bola por direcioná-la, quer para a esquerda, quer para a direita, assim que ela sai de sua mão. Isto resulta em dois tipos de giro, chamados de “off breaks” e “leg breaks”.

Será que o Críquete Assemelha-se ao Beisebol?

Ele se assemelha, e, ao mesmo tempo, não se assemelha. Para a maioria dos fãs do beisebol, o críquete parece ser um jogo tranqüilo, um tanto lento, um ‘beisebol sob Valium’, como se expressou um comediante dos Estados Unidos. Alguns termos do críquete, contudo, lhe soarão familiares. Por outro lado, a finalidade das partidas e as regras do jogo são bem diferentes. Todavia, o entendimento do que os times adversários tentam alcançar no campo de críquete poderia transformar sua frustração em fascínio.

Como se dá com o beisebol, o críquete tem dois times opostos. Cada time se compõe de 11 jogadores, havendo um jogador reserva conhecido como o 12.° homem. Isto se contrasta com o time de beisebol, composto de nove jogadores. O termo batsman, em vez de batter (rebatedor) é usado para o jogador que rebate a bola, e o formato do bastão de críquete é bem diferente do bastão de beisebol. (Veja ilustração, página 23.) Também, quem arremessa a bola é chamado de bowler e não de pitcher (arremessador). A expressão “scoring runs” (pontos marcados através de corridas) é comum em ambos os jogos, embora o método de marcar pontos difira. O termo “innings” (turno) é usado em ambos os esportes. Não deve ser surpresa, contudo, que tais termos sejam similares; a Encyclopedia International (Enciclopédia Internacional) nos conta que o beisebol se desenvolveu, em fins do século 19, à base do jogo inglês de críquete, combinado com outro esporte conhecido como rounders.

Todavia, à parte das semelhanças citadas, são muitas as diferenças entre o críquete e o beisebol. O uniforme e a postura dos jogadores, o formato e a disposição do campo oval de críquete, em contraste com o diamond (campo de beisebol), a posição dos defensores no campo, e a velocidade da partida, parecem ter muito pouco em comum. Todavia, apesar das diferenças, os entendidos em um desses jogos geralmente têm pouca dificuldade de compreender e de apreciar o outro, uma vez que os rudimentos do jogo lhe sejam explicados.

Críquete ou beisebol — Qual a diferença?

Do correspondente de Despertai! na Austrália

QUANDO a Rainha Vitória, da Inglaterra, celebrava seu jubileu, em 1897, um quarto da superfície terrestre estava sob o domínio britânico. Atualmente, o outrora poderoso Império Britânico só existe como lembrança do passado. Ainda assim, surpreendentemente, a sua influência ainda pode ser vista e sentida em muitas partes do mundo, hoje. Um de tais legados é o intrigante jogo inglês chamado críquete.

Ele é bem popular na maioria dos países que antes eram colônias britânicas, tais como na Ásia, nas Índias Ocidentais e na África — mas não nos Estados Unidos, onde o beisebol assume a primazia. Todavia, relata-se haver pelo menos cem clubes de críquete naquela ex-colônia. Para os que nunca viram uma partida de críquete, convém uma explicação. Trata-se de um esporte jogado num grande campo oval, com todos os jogadores vestidos de branco, em que os arremessadores tentam atingir, ou derrubar, as balizas defendidas por um rebatedor. Mas falaremos mais sobre isso depois.

sábado, 18 de setembro de 2010

Por Que É Duro Perder?

Por que perder significa tamanho choque para muitos de nós? Entre outras coisas, fizeram-nos crer que vencer é tudo que conta. Ser o segundo ou terceiro, ou apenas participar, significa que perdeu! Como declara um ex-jogador amador de futebol da Alemanha: “Uma derrota muitas vezes é um ‘canto fúnebre’ espiritual, resultando em duras críticas.”

Afirma o veterano jornalista esportivo, Leonard Koppett, em seu livro Sports Illusion, Sports Reality (A Ilusão dos Esportes, a Realidade dos Esportes): “A psicologia de só vencer se torna dominante. . . . Trata-se duma influência nefasta em nossa cultura, porque é irrealística (só pode haver um número um) e porque nos empobrece por degradar tantas outras virtudes: a perícia, a coragem, a dedicação, o brilhantismo, o esforço satisfatório, o aprimoramento, o desempenho honroso.” Sim, outras excelentes qualidades podem ser demonstradas sem que a pessoa seja, necessariamente, o vencedor. Então, será que o perder deveria causar um trauma? “Reduzir todos os valores a se a pessoa vence ou não significa autolimitação e tolice”, é como Koppett o encara.

A pressão de vencer, e de só apreciar os esportes quando se ganha, amiúde começa em casa — com os pais. Eles, às vezes, procuram realizar-se através das consecuções dos filhos. Inconscientemente, há pais que dão a impressão de que a reputação deles está em jogo, caso seus filhos não vençam. No nível escolar, também há pressão. Falando de seu treinador na escola, Abdul-Jabbar diz: “Tínhamos de enfrentar sua crítica mordaz se alguém chegasse perto de vencer-nos. Perder — nem pensar! — e o basquete perdeu sua graça. . . . [Ele] nos treinava por meio de bondosa humilhação. Suscitava os nossos brios, sabendo que a pior coisa que pode acontecer a um adolescente é parecer ruim na frente dos caras.” — O grifo é nosso.

Eis aí a chave da síndrome de vencer a todo custo — o ORGULHO. Ninguém aprecia ser rebaixado na frente dos outros ou que alguém o faça sentir-se inferior por ter perdido. A verdade é que, se se jacta de ter vencido ou fica desesperado de perder, É MESMO uma pessoa inferior. Por quê? Porque, como vencedor, deixa de respeitar a dignidade e a auto-estima do perdedor. A Bíblia sublinha este perigo, dizendo: “Mas agora vos orgulhais de vossas fanfarrices pretensiosas. Todo esse orgulho é iníquo.” Como perdedor aniquilado, atribui demasiada importância a uma ilusão — à ilusão de que os esportes significam a vida real, quando, efetivamente, são uma “vaidade” passageira. Escreveu o sábio Rei Salomão: “Eu mesmo vi todo o trabalho árduo e toda a proficiência no trabalho, que significa rivalidade de um para com o outro; também isto é vaidade e um esforço para alcançar o vento.” Lembre-se, seu verdadeiro valor como pessoa não depende de alguns segundos ou minutos de atividade esportiva! — Tiago 4:16; Eclesiastes 4:4.

Será que ganhar é tudo?

QUANDO venço, é rotina. Quando perco, parece o fim de tudo.” O fim não parece muito freqüente para Martina Navratilova, atual campeã feminina de tênis. Raramente perde. Todavia, conforme ela mesma admite, perder é uma experiência traumática.

“Sentíamo-nos liquidados, e eu estava em péssimo estado. Depois do jogo, sentei-me no vestiário e chorei, como um bebezão ali sentado e chorando. Detestei perder, e detestei ainda mais ter-me saído mal diante do público.” Com certeza, mesmo nos dias de ginásio, perder era um duro golpe para o gigantesco cestobolista americano, Kareem Abdul-Jabbar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Onde Se Origina a Energia

O ATP (trifosfato de adenosina) é a rica fonte de energia para a contração muscular. É produzido nas fibras musculares por corpúsculos chamados mitocôndrias e é formado de vários modos. As gorduras nos tecidos musculares (tecido adiposo) são decompostas e se transformam em ácidos isentos de gordura, no músculo e também no sangue. Com o tempo, nas fibras musculares eles são oxidados para liberar energia e produzir o ATP. A glicose do sangue é também oxidada nas fibras musculares para formar o ATP. Certa porção de glicose do sangue é armazenada nos músculos em forma de carboidratos, chamado glicogênio. Daí, à medida que o ATP for necessário, este glicogênio decompõe-se em glicose, que, sem usar oxigênio, produz o ATP.

Estes métodos para produzir o ATP são empregados simultaneamente, mas, em graus variados, de acordo com as circunstâncias. O tipo de exercício, sua intensidade, sua duração, a aptidão física do indivíduo — todos são fatores que determinam quanto ATP cada método suprirá, em ocasiões determinadas. Pertinente à corrida a longa distância, contudo, quando o exercício tiver sido intenso por longo período, o principal recurso para a produção do ATP é o glicogênio.

Os participantes de maratonas muitas vezes fazem o que é chamado de sobrecarga (ou acúmulo) de carboidratos. Poucos dias antes duma corrida eles devoram carboidratos, e por assim fazerem podem aumentar a quantidade de glicogênio armazenado nos músculos em até 300 por cento. Um subproduto de tal uso do glicogênio, contudo, é o ácido láctico e é seu acúmulo nos músculos que provoca fadiga, e, eventualmente, músculos doloridos.

Decisões! Decisões!

A situação é tal que o sistema nervoso central ininterruptamente faz decisões relativas a quantos feixes de fibras precisa impulsionar para que se contraiam na execução das muitas tarefas ao encargo dos aproximadamente 650 músculos do corpo. Os componentes sensoriais nas fibras, denominados receptores da distensão fazem a monitorização das fibras e enviam de volta informações ao sistema nervoso central, e por meio desta realimentação ajudam na tomada de decisões. Talvez odeie fazer decisões, mas, inconscientemente, você faz milhões delas, constantemente!

Quando mais fibras se contraírem, tanto maior e mais rígido será o músculo. Por exemplo, seu bíceps se contrai para erguer a mão e coçar a cabeça. Não são necessários muitos feixes de fibras, de modo que seu bíceps fica bem macio. Mas, ponha nos ombros, com o mesmo movimento, um peso de uns 15 quilos, e seu bíceps avultará e endurecerá, à medida que mais fibras entram em ação.

Alguns músculos dispõem dum controle muito melhor da tensão do que outros. Os dedos, por exemplo, podem fechar-se como se fossem uma garra de aço, ou manusear, delicadamente, ovos de fina casca. Tais músculos contêm muitos feixes de fibras, mas cada feixe só tem apenas poucas fibras — alguns com não mais de 10. Outros músculos grandes, como alguns das pernas, não conseguem executar tais movimentos, de alta precisão. Possuem menos feixes de fibras, mas muito mais fibras em cada feixe — amiúde mais de 100.

Os músculos esqueléticos possuem basicamente dois tipos de fibras: escuras, para ação lenta, firme; claras, para ação imediata. (Chamadas fibras de contração lenta e fibras de contração rápida). Alguns músculos são compostos quase que inteiramente de fibras de ação lenta, mas outros de uma combinação de lentas e rápidas. Pessoas que são incomumente rápidas nos movimentos têm mais fibras claras ou rápidas do que as pessoas cujos movimentos são mais lentos. Ágeis ginastas, por exemplo, necessitam fibras rápidas para a execução dos giros deslumbrantes e retumbantes, que nos impressionam. Também, destacados corredores de curta distância possuem mais de tais fibras rápidas do que os corredores de longa distância. O exercício produz resultados, mas não pode mudar a proporção de fibras rápidas e lentas — isto é hereditário, um dom.

O que os músculos podem e o que não podem fazer

Seus mais simples movimentos são maravilhas que temos como certas. Submetidos a exercícios, realizam espantosas proezas de força e resistência. Existe, porém, outro tipo de adestramento muito mais importante, que pode realizar o que os músculos jamais podem.

UMA caixa cheia de penas. Você deseja apanhá-la. Sua mente instrui o grupo de músculos envolvidos e você a apanha. Agora a caixa está cheia de barras de chumbo. Sua mente instrui o mesmo grupo de músculos que ergueram as penas a que suspendam agora o chumbo, e eles obedecem. Elementar? De maneira nenhuma.

Uma fibra do músculo esquelético não se contrai com menor ou maior força, dependendo se for para pesos mais leves ou mais pesados. Quando um terminal nervoso comanda a fibra a se contrair, ela assim o faz completamente. Uma vez que se contrai, se contrai integralmente. Como é que se explica, então, que, em resposta a um comando os músculos exercem apenas força suficiente para levantar penas, e em resposta a outro comando esses mesmos músculos reúnem a força maior necessária para levantar chumbo?

Um músculo compõe-se de muitos feixes de minúsculas fibras musculares, cada feixe recebendo o nome de unidade motora. Para cada unidade existe um nervo motor que, no seu terminal, ramifica-se de um modo tal que cada fibra muscular tem seu terminal nervoso particular, para estimulá-lo. O impulso eletroquímico é transmitido por substâncias químicas, a partir do terminal do nervo, para a fibra, onde o impulso de novo se torna eletroquímico. A fibra se contrai. Todas as fibras nesse feixe ou unidade motora se contraem.

Agora, nem todos os feixes de fibras dum músculo se contraem quando tal músculo é usado. Se a mente sabe que ele está apenas levantando penas, o sistema nervoso central impulsiona apenas os comparativamente poucos feixes necessários para levantar penas. Mas, se o caso é levantar chumbo, um número bem maior de feixes serão estimulados a se contraírem.

Às vezes, a mente é enganada. Se pensa que a caixa está cheia de penas quando na realidade contém chumbo, um número insuficiente de fibras são informadas de que devem se contrair e a mente se surpreende. Ela tem a impressão de que a caixa foi pregada no chão. Mas, caso a mente imagine que a caixa esteja cheia de chumbo, quando, na realidade, está cheia de penas, muitos feixes de fibras são acionados para suspender chumbo, e a impressão é que a caixa levanta vôo do chão.