O campo ideal para o críquete é oval ou um campo de cerca de 150 metros de comprimento por 140 metros de largura. Próximo do centro do campo está o pitch (campo de jogo), de 20 metros de comprimento e 3 metros de largura. Nos jogos de primeira classe, o pitch é de grama, sendo cortada e bem cuidada. Em outras partidas, pode ser de concreto ou de chão batido, coberto com uma esteira de fibra. Em cada extremo do pitch estão as balizas, feitas de três estacas eretas de madeira, com 71 centímetros de altura e espacejadas de um lado das balizas para o outro num total de 23 centímetros. Assim, a bola não pode passar entre as estacas. Dois pequenos travessões, ou pedaços modelados de madeira, são encaixados no todo, uma ponta tocando a outra ponta, ligando assim as três estacas.
Linhas de cal, chamadas creases, são marcadas de um lado ao outro do pitch, a 1,20 metro à frente de cada conjunto de balizas e sendo paralelas a elas. As linhas marcam as áreas de segurança para os rebatedores, quando a bola está em jogo. O arremessador não deve ultrapassar esta linha quando lança a bola; de outra forma isso é chamado de no ball (uma bola incorretamente arremessada) e o rebatedor ganha um ponto.
Pelo sistema de cara ou coroa, os capitães dos times adversários decidem que time rebaterá primeiro. Quem ganha pode decidir se quer que seu time rebata primeiro ou se deixará que o time adversário rebata, se julgar que existe algumas vantagens para seu time, por causa das condições do tempo, do campo ou de outros aspectos.
Dois rebatedores se dirigem às creases — um em cada extremo do pitch. Ambos usam perneiras e protetores para o corpo e luvas especiais de rebatedores e, nos anos recentes, a maioria dos rebatedores profissionais usam capacete. Todos os jogadores do time que não está rebatendo colocam-se em posições estratégicas no campo, a várias distâncias do rebatedor que está recebendo o arremesso. Suas posições são identificadas por termos bem pitorescos, tais como “the slips”, “silly mid-on”, “point”, “the covers”, “the gully”, “square leg” e “fine leg”. O bem protegido wicket-keeper (guarda-meta; catcher, na linguagem do beisebol) coloca-se atrás das balizas do rebatedor, visando pegar qualquer bola que passe pelo rebatedor, bem como tentando pegar a bola ou derrubar as balizas quando ele está fora de sua crease.
O capitão designa dois arremessadores para ficar a postos enquanto ele assim determinar. Cada um arremessa seis bolas consecutivas (oito na Austrália e na África do Sul), dos extremos alternados do pitch. Estes seis arremessos são chamados de “overs”. Existem, geralmente, vários arremessadores em cada time, e o capitão decide quando alternar os arremessadores, passando dos rápidos para os médio-rápidos, ou os mais lentos, ou spin (giro). A bola não deve ser arremessada ou lançada como se faz no beisebol, mas o arremessador, com um movimento do braço levantado, tem de manter o braço estendido, sem curvar o cotovelo, até completar o movimento e a bola ser arremessada. — Veja a página 2.
A bola de críquete, geralmente vermelha e de couro, pesa pouco mais de 150 gramas e é ligeiramente menor, mais dura e mais pesada do que a bola de beisebol. O giro que o arremessador imprime à bola, conseguido pelo uso da forte costura, influi em seu trajeto aéreo e determina sua direção depois de tocar no chão, pois, em contraste com o beisebol, a bola geralmente toca no chão uma vez antes de chegar ao rebatedor. Apenas ocasionalmente é que o arremessador fará um arremesso sem que a bola toque no chão, ou full pitch, um que o rebatedor possa atingir antes de ela tocar no solo. É mais difícil jogar contra um astuto arremessador, que faz girar a bola, do que contra um arremessador rápido. Ele faz girar a bola por direcioná-la, quer para a esquerda, quer para a direita, assim que ela sai de sua mão. Isto resulta em dois tipos de giro, chamados de “off breaks” e “leg breaks”.